Pancho (Versão Original)

O clima muda meu humor
Saudades causam muita dor
Melancolia e a tristeza
Dinheiro e avareza
Angustia que no erro quis
O meu lamento pelo que não fiz

Minha cabeça dói
E fiquei cego
De levar pancada
Na minha cachola de prego

O dinheiro me deixa louco
Cem agora é mil
Não tenho nada
Nem um funil
Quando penso o bem
Me acontece o mal
Porque sou um cara estranho
Ou só um cara de pau?!

Isso é coisa do Pancho!



Thiago Floriano Barbosa
Aneurisma/1999.

Experiência Jovem

Fumaça
E olhos vermelhos
Fumaça
E quebramos espelhos

Com as luzes apagadas
Excitado e perigoso
Ela sempre entediada
Ele sempre ansioso

Toda noite esqueço a minha vida
Esqueço das pessoas que fazem ela realidade
Esqueço das horas que passei trabalhando
Para provar pra minha família que tenho um pouco de dignidade

Um dia pensei em ter uma criança
Essa não era uma boa idéia
A minha experiência jovem
Pediu carona na ponte das desilusões

E de lugar nenhum cheguei à lugar algum...

A escolha é sua...
Não se atrase...
Com a verdade nua...
Não pode haver má fase...
Ela bebe o vinho como se não acabasse !!!


Thiago Floriano Barbosa
2000

Um Estado de Consciência

Sou penalizado e abençoado ao mesmo tempo
Por sentir a falta dela e isso tudo é nojento
E tudo que eu sei
É pelo meio
Desmereceu meus sentimentos
Acertou meus ferimentos

Sinto-me suspeito e não sei o que fazer
Para me proteger de tudo aquilo que ela me fez crer
Sou prejudicado pela mentira que não contei
Estou me afastando de tudo aquilo que pensei

O que seria o melhor pra mim...

Algo que do amei
E que não amo mais
Algo que eu sei
E que já não sei mais
Algo que eu fiz
E que não faço mais
Algo que senti
E que não sinto mais



Thiago Floriano Barbosa
2000.

Mudando a Nossa Sorte

Nos últimos tempos me pego pensando
Em tudo que fizemos em quase um ano
Se todo investimento que faço é bom pra mim
Em todas discussões que ocasionamos
E momentos tristes que juntos passamos
Dava pra evitar e foi pior assim


Já tentei de tudo pra te conquistar
Percebi que o erro foi te amarrar e me enganar
Mas só agora vejo como caminhar e encontrar
E pra redimir meus erros e te encantar...


Vou escrever uma canção pra ti
Acreditando até o fim
Que só a gente mesmo pode mudar a nossa sorte


Mas de tudo isso escolho sempre as horas boas
E momentos de ternura e carinho que vivi contigo
Viajando quase todo universo e te levando comigo
No meu coração que tá cansado de andar sozinho



Thiago Floriano Barbosa
Projeto Solo. Escrito e Musicado
Janeiro/2005.

Entenda a Nossa História

A luz ofusca a visão
Quando dizem que valor não é intenção
Influência que te induz
A garota me seduz
Na vida é sempre assim
Antes do recomeço teremos um fim
Antes do fim a bebedeira na praça
As garrafas no chão... junto com as idéias e ameaças

Passados só mais uma hora de prosa
Me convencendo que ela não é uma menina maldosa
Essa merda de vida que quero
Sentado no frio enquanto te espero
Pensando onde poderei te levar
Mas eu não mando em nada e só posso aguardar
A maré subir... a água chegar
No teu mar de beijos me afogar

Se encontrar o lugar onde não há competição
Lá estará meu coração
Bem próximo da perfeição e da ilusão
Melhor que qualquer lugar que possa se encontrar
Eu te trago sentimentos sem valor
Porque assim não teremos dor
Enxergar toda essa paranóia
É de alguma forma entender a nossa história


Thiago Floriano Barbosa
1999

Lembrar Por Quê ?

Te esquecer jamais
Te lembrar por quê?
Melhor seria não te conhecer
Recusar jamais
Aceitar por quê?
Não é de agora que preciso de você

Não tem mais jeito
Eu fui eleito
A perder a conta das vezes que te disse perdão
Estava feito
O meu direito
De ler as cartas que te iludiram durante o verão

Te tentar jamais
Me entregar por quê?
Melhor seria não te conhecer
Te tocar jamais
Me tocar por quê?
Não é de agora que preciso de você



Thiago Floriano Barbosa
1999

Inacreditável

Não queria te esquecer
Não quero ter que ser
Ser o que não quero ser
Ser o que não sou

De repente porque o nosso amor seja tão impossível
Tão incrível, tão inesquecível
Que para as outras pessoas seja inacreditável

Os meus pais
E os teus pais
Sempre nos afastaram demais
E a cada dia nos queremos mais

Separados pelas cidades
Separados pela idade
Separados pela realidade
De que nunca sentimos saudade

Lembra da última peça que atuamos juntos?
Me lembro do dia que chegou com o cabelo curto
Mesmo naquele lugar imundo
Eu era o cara mais feliz do mundo


Thiago Floriano Barbosa
1999

Geni E O Zepelim

Composição: Chico Buarque

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir

Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir

Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão

Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir

Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Assista o vídeo com a música no YouTube.

Pensamentos

Mesmo de muito longe concentro meus pensamentos nos teus e até consigo ouvir a tua voz, cantando belas melodias que trazidas pelo vento chegam aos meus ouvidos e me fazem dormir.

Assim me sinto leve, assim me sinto bem e tenho força pra continuar... dói ter de fingir pra agradar alguém, ao entender que difícil mesmo é ser quem realmente somos.
Tem gente que tem medo de amor, de carinho e de se entregar de corpo e alma para as imprevisíveis “loucuras” e sentimentos que dão a verdadeira alegria e felicidade para a vida. Meu grande medo é ser escravo de tudo aquilo que não posso fazer, meu grande medo é ser privado de lutar pelas causas que acredito serem justas e não atingir a felicidade completa. Existe felicidade completa?
Passei muito tempo com medo de me entregar e fiquei (ao menos pensei ter ficado) feliz ao andar sem direção. Mas será que existe um caminho certo? E se existe, quem sabe o caminho pra me ensinar? Acho que ninguém conhece, porque a cada dia que passa seguimos construindo nosso próprio destino e acho que não há mal algum se te acompanharem nesse percurso.
É preciso saber viver num mundo onde aprendemos algo todos os dias, uma novidade por hora até o último de todos os nossos dias. O que nos deixa em uma ótima desvantagem.
Mas chegamos a conclusão de que somos fruto das nossas escolhas e que equilíbrio é fundamental na vida. Neste caso, ser fundamental não significa um caminho fácil. O equilíbrio é pensar nos outros sem esquecer de si, é fazer algo por um mundo melhor, é ter opinião e saber respeitar a dos outros, é admitir que está errado e até mudar de idéia se for um caminho conciliador, é respeitar os mais velhos e ensinar os mais jovens, é ter palavra, é saber perdoar mas não esquecer, é saber dar uma Segunda(não uma terceira) chance para quem quer acertar, é amar ao próximo e entender que a violência não leva a nada!
Bom mesmo é viver cada momento como se fosse o último, livres e sem medos, para que cada segundo tenha valido a pena... porque só erra quem tenta e só ganha quem luta.
Agora só nos resta torcer para que o fim seja apenas um recomeço.


Thiago Floriano Barbosa.
2003.

Encontros Imaginários

Na falta da tua companhia
Procuro algo para passar o tempo
Mas nada me conforta mais que nada
E isso é o que você representa hoje pra mim.

Na tua canção sem palavras me falava de amor
Contava-me o que acontecia e que nada mudou
Lembra do campo florido que te enterrei?
Nenhuma flor brotou do nosso amor.

Se um dia sentir saudades minha
Olhe para o luar
Não importa onde estiver
Eu sempre vou estar lá
E quando estiver sozinha
E precisar conversar
Seja qual for a distância
Irei te encontrar...

Em nossos encontros imaginários.


Thiago Floriano Barbosa
2003

A Primeira Vista

Por todos os outros instantes
Não vivo nada do que eu era antes
E é só sonho...
Em todas cartas de amor
Que me escreveste um dia
Percorri um caminho confuso
Que te cegava em minha companhia

Nem o mais profundo olhar
Teve aquele infinito e aquelas estrelas
Nenhuma batida, de todas que meu coração pulsou
Foi mais forte, viva e bela.
Passando a noite na maior das sensações
A de estar vivo e vivendo o que sonhei
Te escrevi essa canção porque estava com saudade
De todas madrugadas que um dia viverei

Só quero que este dia passe rápido
E que me deixe uma pista
Ao conquistar o teu amor
A primeira vista.


Thiago Floriano Barbosa
2003