terça-feira, 10 de agosto de 2010

Texto de Martha Medeiros

"Eu sempre estive entre aspas. Ficar triste é um sentimento tão legitimo quanto a alegria. Reclamar do tédio é fácil, difícil é levantar da cadeira pra fazer alguma coisa que nunca foi feita. Queria não me sentir tão responsável pelo que acontece em meu redor. Felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas. Pessoas com vidas interessantes, interessam-se por gente que é o oposto delas. Emoção nenhuma é banal se for autêntica. Dar certo não está relacionado ao ponto de chegada, mas ao durante. O prazer está na invenção da própria alegria, porque é do erro que surgem novas soluções, os desacertos nos movimentam, nos humanizam, nos aproximam dos outros. Enquanto o sujeito nota 10, nem consegue olhar pro lado, sobe pena de ver seu mundo cair. O mundo já caiu baby, só nos resta dançar sobre os destroços. Nosso maior inimigo é a falta de humor. Tem muita gente a peruar nesse planeta! Gente que não reage ao calor, que não desabrocha, não explode... Fica ali duro, triste e inútil pro resto da vida. Não cumpre sua sina de revelar-se, de transformar-se em algo melhor. Não vira pipoca, se mantém perua. E um perua emburrado, que reclama que nada lhe acontece de bom. Pois é, perdeu a chance de entregar-se ao fogo, tentou se preservar e danou-se. Seja quente o bastante para nos fazer explodir e que possa mostrar para aqueles que tem vocação pra perua que o importante na
vida reagir as emoções e não manter-se frio e fechado, como um grão que não honrou o seu destino...” (Martha Medeiros)

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