A 8ª Edição da Noite Senhor F que ocorreu no domingo, 25 de
Setembro de 2011, deveria ter reunido as bandas: Medialunas (Porto Alegre),
Cruz (São Paulo) e El Mato a Un Policia Motorizado (Argentina). Digo “deveria”
porque a banda paulista não esteve presente conforme já comunicado dias atrás
pela organização (um link seria apropriado). Mas sinceramente, não fez nenhuma
falta, e as um pouco mais de uma centena de pessoas que estavam presentes no
Opinião foram brindadas com dois ótimos shows.
A Medialunas é formada pelo casal Andrio Maquenzi
(ex-Superguidis) na Guitarra e Liege Milk (Loomer e Hangovers) na bateria. Com
este projeto, eles estavam fazendo recém seu terceiro show e deixaram uma ótima
impressão aos presentes. Muita energia, presença de palco, simpatia e
composições poderosas foi a receita apresentada pela banda e que funcionou
muito bem, pois cativou o público e teve sua aceitação de imediato.
A apresentação começou com a ótima “Humming” e a primeira
impressão foi o som bem alto da guitarra. Mas a mixagem estava muito boa e isso
não foi um problema, pois se ouvia muito bem as duas vozes e a bateria. Algumas
músicas depois, a primeira surpresa, uma música cantada em espanhol “No Te Va
Gustar” com Liege nos vocais. O show continuou animado e com uma música em
português, “Memorabilia”. Mesmo com arranjos simplificados não se sentiu falta
de outros instrumentistas, pois as melodias foram muito bem construídas com
alternâncias entre um som mais calmo e outro mais agressivo e as vezes até
gritado. Por ter apenas guitarra e bateria, alguns talvez façam referência ao
White Stripes, mas já adianto que a semelhança acaba por aí e o som tem
influências gritantes do Grunge. O show ainda teve a poderosa “Colorful” e em
seu final o público pediu o tradicional e recompensador “mais um”.
Foi um show curto, cantado em três idiomas e além das
expectativas. Fica a curiosidade do que a Medialunas ainda pode nos apresentar
e a esperança de mais uma bela banda em nosso cenário independente.
Depois de um intervalo razoável foi a vez da maior banda
independente da Argentina, o El Mato a Un Policia Motorizado, subir ao palco do
Opinião e fazer um show simplesmente memorável. A banda de La Plata é formada
por Santiago Motorizado (Baixo e Voz), Doctora Muerte (Batería), Pantro Puto
(Guitarra), Niño Elefante (Guitarra) e Chatrán Chatrán (Teclados) e tem
influências marcantes de bandas como: Pixies, Sonic Youth e The Velvet
Underground.
A banda já tem quatro trabalhos lançados de 2004 para cá e
ganhou alguma notoriedade em Porto Alegre devido à sua participação no festival
El Mapa de Todos, no primeiro semestre deste ano. Mas desta vez, o grupo teve
mais tempo de palco para mostrar o seu trabalho e fez uma apresentação com 15
músicas que levaram o público a cantar junto, bater cabeça, dançar e sair ao
final com aquela ótima sensação de ter visto um grande show de Rock! Sem
dúvidas, foi uma noite que merecia uma presença de público bem maior do que se
teve, mas situações como essa não são mais novidade aqui em Porto Alegre,
infelizmente.
A apresentação começou com uma sequência matadora com
“Navidad de los Santos”, “Viejo Ebrio y Perdido”, “El dia de Huracan” e uma de
suas melhores músicas, “Chica Rutera”. A banda não falou muito com o público e
quando o fez, era curioso ver a maneira quase tímida de Santiago ao se dirigir
à plateia. Não da pra se dizer que o El Mato tem uma grande presença de palco,
mas o som envolvente, as guitarras bem trabalhadas e a entrega a cada canção
envolvem e relacionam banda e público de uma maneira muito singular. Ainda é
preciso dar destaque para “Amigo Piedra”, “Vienen Bajando”, “Dia de Los
Muertos”, “Mi Proximo Movimiento” e o final hipnótico com a experimental e
energética “Prenderte Fuego”.
Saí do show curioso em ver como ele seria se tivesse
ocorrido em solo argentino, mas satisfeito e feliz por ter participado deste
momento e desde já, contanto os minutos para ver mais um show do El Mato a Un
Policia Motorizado.
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